Friedrich Lenhard (Wilhelm) Virmond, nasceu em Colônia, Alemanha, em 1791. Começou a estudar medicina em Berlim, mas interrompeu os estudos para participar da guerra contra Napoleão, em Waterloo, em 1815. Estudou também pintura em Colônia, onde aprimorou suas habilidades artísticas com Anton Graff, então renomado miniaturista suíço.
Aos 27 anos decidiu emigrar para o Brasil. O motivo da migração jamais ficou claro, sendo que, para alguns, teria sido o afastamento de tumultos e perseguições políticas na Europa. Ao chegar ao Rio de Janeiro em 1818, adotou, no lugar de Leonhard, o nome Wilhelm, cuja grafia em português é Guilherme.
Associando-se a outro imigrante europeu, tornou-se comerciante, fundando uma casa para importar armas e ferragens. A atividade na indústria do ferro era tradição em sua família, pelo menos desde o século XIV, quando é criado o livro genealógico da mesma (ver 7ª imagem da mostra "Virmond - Um Apaixonado pela Natureza") e aparecem em seu brasão.
A versão original do brasão, cedida por Sergio Virmond Lima Picchetto, um trabalho artístico bem mais elaborado, em que fica mais claro que o ocre era na realidade dourado
Prosperou rapidamente e transferiu a loja para a Rua da Alfândega. Foi ainda um dos fundadores do antigo Club Germânia.Aparentemente nutria admiração pela Imperatriz D. Leopoldina, pois, quando esta chegou da Áustria, procurou-a, como meia patrícia, para beijar-lhe a mão.Em 1825, casou-se com Maria Isabel Quadros de Andrade, conhecida na Corte como a jovem formosa que nascera em 1808 em Funchal, na Ilha da Madeira, vindo a sua família, Ferreira de Andrade, para o Brasil, juntamente com a comitiva de D. João VI.Comprou uma chácara em São Cristóvão para instalar a família. Em 1826, nasce a primeira filha do casal, Maria Luiza, que, segundo o historiador David Carneiro, foi levada ao Paço para ser vista pela Família Imperial. Ainda segundo Carneiro, às vésperas da morte de D. Leopoldina, em 1828, Maria Isabel, sempre admiradora da Imperatriz, visitou-a com a filha. De acordo com a tradição oral da família, Dona Leopoldina teria elogiado a beleza da menina: "Tu és bem filha de Maria Isabel" Apesar da felicidade conjugal e prosperidade nos negócios, começou a ter crises de ansiedade e insônia.
Então, a conselho médico, partiu em 1832 com a família para o Rio Grande do Sul, a fim de que o clima mais frio lhe fosse salutar
ABAIXO: AS MINIATURAS
x
Antes disso, contudo, ainda no Rio, já ficara conhecido como zoólogo e sua coleção de borboletas e besouros foi exposta na Exposição Nacional da Filadélfia em 1865, e na Exposição Nacional de Filadélfia, EUA, em 1876.
Como pintor, Frederico Guilherme Virmond realizou, além de paisagens, retratos e principalmente miniaturas, o que o faz ser considerado o primeiro artista estrangeiro a radicar-se no Paraná.
Sua produção artística distingue-se em especial pelas miniaturas, que executou sobre marfim, pelica e papel, retratando pessoas de sua família e personagens contemporâneas. Algumas delas (“Auto-Retrato”, “Abade” e “O Sonhador”) foram incluídas na mostra“Pioneiros da Pintura no Paraná” organizada pelo Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do mesmo Estado, em 1964.É importante destacar que Frederico Virmond não era um artista profissional. Nem havia no Brasil a possibilidade de sobrevivência como tal naquela época, principalmente na Lapa, Paraná, onde veio a se radicar, no interior de um estado que estava apenas começando a ser desbravado. Os artista então viviam geralmente no Rio de Janeiro, onde eram mantidos pela Coroa ou pela Igreja. Alguns retratos traduzem o sentimento que o artista nutria pelo retratado. Talvez por isso uma das suas maiores obras seja o retrato de Maria Isabel e Maria Luiza, sua esposa e filha.
Muito interessantes também são as pinturas das borboletas que colecionava, tão perfeitas que chegam a parecer fotografias coloridas. Aparentemente, as molduras eram feitas por ele. Sobre um fundo côncavo de madeira, ele colocava as borboletas recortadas, após o que, eram fechadas com um tampo de vidro convexo, razão pela qual percebem-se sombras sob as asas de algumas borboletas.
Conta-se que recortava algumas e colocava perto de convidados que, de início, pensavamtratar-se de borboletas vivas.
No ano de 2011, o Museu Oscar Niemeyer, que abriga o acervo do antigo Museu David Carneiro, de Curitiba, promoveu a exibição "Virmond - Um Apaixonados Pela Natureza"
Como parte do evento foi realizada uma oficina de desenho com crianças, tendo como tema seus desenhos de borboletas.
Quando partiu em 1832 com a família para o Rio Grande do Sul, tinha 36 anos, e Mª Isabel, 20, com três crianças para cuidar, a menor de colo ainda. No caminho, que durava então cerca de 20 dias, passaram pela Vila Nova do Príncipe, como então era chamada a cidade da Lapa. O lugar o agradou e decidiu ali se estabelecer. Era um meio extremamente atrasado, mas belo e puro. Teria dito, extasiado com a beleza dos campos“Ali hei de morrer!"
Retomou logo a carreira de comerciante ao abrir a primeira olaria do local, de início para fabricar os tijolos e telhas para a construção de sua própria casa, após o que, mandou vir do Rio seus móveis, materiais artísticos e seu piano, que segundo alguns, teria sido o primeiro a chegar ao Paraná. Além do piano, onde fazia improvisações, tocava flauta e outros instrumentos de sopro e cordas. Quando Mª Isabel, pedia que repetisse, dizia ser impossível. Não se recordava do que havia composto.
Como a olaria andasse bem, e a sociedade estivesse firme entre Frederico Virmond e seu patrício Westphalen, pensaram em fundar uma casa de comércio para importação direta, que também veio a funcionar a contento. Outros filhos foram nascendo. Além dos três que nasceram no Rio, vieram mais cinco na Lapa. Pela falta de professores assumiu a tarefa de ensinar aos filhos. Contando apenas com a ajuda de D. Maria Isabel para os rudimentos de leitura e escrita, logo tomava o encargo dos assuntos mais complexos: Geografia, História, idiomas e Arte: música, desenho e pintura (que incluía técnicas de fabricação de tintas, com terras cruas e cozidas, conforme seu livro de receitas, presevado). Assim, pode-se dizer que toda a educação primária e secundária foi ministrada às crianças pelo próprio pai. As aulas incluíam os filhos de amigos, e mesmo escravos, que encarava como seus dependentes. A par disso, deu continuidade à sua coleção de insetos, que chegava a 8000 exemplares, à qual curiosamente dava então mais importância do que às miniaturas. Na pintura disputa-lhe o título de pai da pintura paranaense o norueguês Alfredo Andersen, que chegou à região 20 anos após seu falecimento, autor da imagem no topo da página. Assim que, na Vila Nova do Príncipe, Frederido G. Virmond destacou-se como elemento ativo, progressista e eclético nos ofícios. Ao longo de sua vida, destacam-se a fundação da Sociedade Harmonia Lapoense. Em 1854, como representante da entidade, recepcionou o Conselheiro Zacarias, primeiro presidente da Província do Paraná, em visita à Vila.Como arquiteto e engenheiro, projetou, além de antigas casas da Lapa, a cadeia, os muros do cemitério e a ponte sobre o Rio Iguaçu, no Caiacanga. Seus conhecimentos de medicina, cujo curso não chegou a terminar, tornaram-no apto para tratar como médico a população local, segundo relatos, de graça. Sua terapêutica era “naturalista”: infusões de plantas brasileiras. À medida que seus filhos se casavam e se afastavam, sentia uma certa nostalgia e passou a escrever um caderno de 100 folhas com soluções de problemas de xadrez, que jogava com Suplicy, seu genro predileto, com quem se entendia em francês. Em 25 de outubro de 1872, aos 64 anos de idade, D. M.ª Isabel faleceu, após 47 anos de vida em comum. Foi um abalo tremendo para o marido, que entraria em período de decadência psicológica, tomando-se de indiferença pelos livros, que antes tinham sido motivo de seu mais extraordinário desvelo. Sua biblioteca, com milhares de volumes, era das maiores do sul do Brasil, com livros em alemão, francês e português. Segundo a tradição familiar, certo dia estava sentado ao entardecer, quando a imagem de D. Isabel lhe apareceu, perfeita, viva, risonha, chamando-o. Disse à filha: ”Eu sei que é meu cérebro exaltado que provoca essas alucinações, mas elas estão se produzindo segundo minha própria vontade. Não quero mais viver sem sua mãe.” Menos de uma semana depois, veio a falecer em três de agosto de 1876, a um mês de completar 85 anos de idade.
Assembléia Legislativa do Paraná aprova menção honrosa a
Frederico Guilherme Virmond
FREDERICO GUILHERME VIRMOND
Nasceu em 8 de setembro de 1791, Colônia, Alemanha
Faleceu em 3 de agosto de 1876, Lapa, Paraná,
Combateu em Waterloo pela liberdade de sua Pátria (1815)
Emigrou para o Brasil por motivos políticos (1818)
Veio para o Sul em busca de um clima melhor, tendo decidido, ao ver a Lapa, que ali havia de morrer, fixando-se definitivamente no lugar, onde foi o primeiro pintor que ao ensino de desenho se dedicou. Foi o médico da pobreza, o único da Vila, durante muitos anos.
Foi o primeiro engenheiro da região, tendo projetado e construído edifícios e pontes
HOMENAGEM RESPEITOSA DE SEUS ADMIRADORES E DESCENDENTES
Agosto de 1947 (transcrito da placa de bronze do busto comemorativo de 50 anos de seu falecimento, sobre seus restos mortais)
FACEBOOK FOTOS HISTÓRICAS - VIRMOND PARANÁ BRASIL MUNDO
FONTE: O opúsculo escrito pelo historiador David Carneiro, em 1929, sobre Frederico G. Virmond, e que deu início à sua carreira de historiador. Mais tarde criou o museu David Carneiro, que foi transformado no atual MUSEU OSCAR NIEMEYER
Facebook Fotos Históricas:
Virmond Paraná Brasil Mundo
(clique no link abaixo para ver)
A cidade de Virmond foi organizada pelo então cônsul da Polônia, Kazimierz Gluchowski, que em 1920, adquiriu terras no Munícipio de Guarapuava, para reunir imigrantes poloneses dispersos pelo Brasil. A área adquirida tinha sido a Fazenda Amola Faca, que havia pertencido a Frederico Guilherme Virmond, que comprou a fazenda em 1852, no então município de Guarapuava, embora continuasse a morar na Lapa.
Em 17 de maio de 1990, através da Lei Estadual n.º 9.250, Virmond subiu à categoria de município. Hoje o munícipio é uma forte concentração de famílias de origem polonesa, objetivo primordial do cônsul Kazimierz Gluchowski
MEDALHAS COMEMORATIVAS DO CENTENÁRIO
DE FALECIMENTO DE FREDERICO G. VIRMOND EM 1976
A REUNIÃO E IMAGENS E TEXTOS FOI UM PROJETO REALIZADO POR NICANOR PORTO VIRMOND EM 1976
POR OCASIÃO DO EVENTO ACIMA
LOCALIZAÇÃO
Clique nos links abaixo
Prefeitura Municipal de Virmond
Webdesign:Claudia Virmond Madeira
Facebook: Claudia Virmond Madeira



















